sexta-feira, 22 de julho de 2011

A evolução do Trabalho e da Técnica

                  A etimologia da palavra trabalho vem do substantivo latino tripalium, aparelho de tortura formado por três paus. Na Antiguidade grega, todo trabalho braçal era desvalorizado por ser executado por escravos. Na Roma Antiga, escravista, e na Idade Média, mão-de-obra camponesa servil, esse pensamento perdurou. Essa predominância de escravos e servos no exercício das atividades manuais, na antiguidade ocidental e na idade média européia, por exemplo, sempre levou à desvalorização desse trabalho, enquanto apenas as atividades intelectuais eram consideradas verdadeiramente dignas do homem. Tal maneira de pensar supõe a existência da divisão social com a manutenção do sistema escravista ou da servidão. Para Aristóteles, haveria escravidão enquanto as lançadeiras não trabalhassem sozinhas. As transformações das técnicas alteraram as relações sociais.
Na Idade Moderna, a partir do século XV, a situação começa a se alterar: o crescente interesse pelas artes mecânicas e pelo trabalho em geral justifica-se pela ascensão da burguesia, classe resultante de antigos servos que transgrediram a cultura social da Idade Média. Os burgueses compravam sua liberdade e dedicavam-se ao comércio. O Capital acumulado permitiu a compra de matérias-primas e de máquinas, o que fez com que muitas famílias que desenvolviam o trabalho doméstico nas antigas corporações de ofícios e manufaturas acabassem por se dispor de seus antigos instrumentos de trabalho e, para sobreviver, obrigaram-se a vender sua força de trabalho em troca de salário.
     O aprimoramento da técnica levou o homem a criar outras fontes de energia, desvinculando-se da força humana. Nesse momento a técnica passa ao estágio das máquinas pela utilização da energia mecânica, hidráulica, elétrica ou atômica. As transformações das técnicas alteraram as relações sociais. Enquanto o mundo agrícola e artesanal é marcado pela tradição, o advento das fábricas no século XVII estimula o aperfeiçoamento das máquinas e acelera o crescimento das cidades. Estabelecem-se novas relações de produção com o aparecimento da classe proletária assalariada e dos capitalistas detentores dos meios de produção.
          No século XVIII, a mecanização no setor da indústria têxtil sofre impulso extraordinário na Inglaterra com o aparecimento da máquina à vapor. Enquanto o mundo agrícola e artesanal era marcado pela tradição, o advento das fábricas no século XVIII estimulou o aperfeiçoamento das máquinas e acelerou o crescimento das cidades. Nas fábricas, os trabalhadores eram submetidos a uma nova ordem, a da divisão do trabalho com ritmo e horários preestabelecidos. O fruto do trabalho não mais lhes pertencia e a produção é vendida pelo empresário, que fica com os lucros.


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