sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sociedades Tribais da Paraíba


        Estudos comprovam que há 7000 anos o sertão da Paraíba já era habitado por grupos humanos organizados e guerrilheiros, vindos da região do rio Prata (GO) fixados no litoral da Capitania. Eram os POTIGUARAS (comedores de camarão). Essas sociedades viviam em grutas e cavernas, próximas dos rios, e deixaram vestígios de sua presença, imaginário e crenças em pinturas denominadas Arte RupestreAlimentavam-se da coleta de frutos; caçavam mamíferos, como o mastodonte, preguiças e tatus gigantes, que podem ser estudados através de vestígios encontrados no fundo de lagoas pré-históricas.
A sociedade potiguara era patriarcal e hereditária, ou seja, seus chefes eram homens guerreiros e experientes, filhos dos chefes passados, entretanto, a família nessas aldeias era de característica matrilinear, isto é, de descendência estabelecida pela mulher, o que explica a poligenia, forma de estrutura familiar na qual vários homens pertenciam a uma única mulher.
            Entre as manifestações culturais e artísticas encontramos o Toré, um ritual indígena de etnias do Nordeste  do Brasil, repassada de geração em geração, através da tradição oral . Toré são cantos sagrados que desenvolve nos índios o amor, a união e a força para sustentar sua cultura, envolvendo as artes da natureza, dos animais e plantas, o vento, a terra, o fogo e as águas. O Toré é puxado por um mestre de canto e os outros índios respondem, no momento necessitado.
         Outro tópico interessante da cultura nativa localiza-se pelas mediações da cidade de Areia, em um local de difícil acesso, onde existe uma caverna na serra do Algodão conhecida por Gruta dos Caboclos que, segundo pesquisas, serviu de cemitério a um povo hoje extinto. Ali se encontrava sepultada três camadas de esqueletos humanos que, tudo indica, pertenceram a um povo de estatura elevada. No decorrer da história curiosos e ignorantes escalaram o local, em aventuras perigosas, só pelo gosto de profanar e destruir o que, a bem da religião e etnologia, deveria ser protegido.
         Dentre todos os "requintes" realizados pela cultura indígena, quando aqui chegaram os portugueses, nenhum se mostrou mais espantoso aos olhares europeus do que a Antropofagia, realizada por quase todos os Tupi e Tapuia. O ritual de morte e a degustação se fazia sob duas cerimônias distintas e variava de tribo para tribo.


                 - Exo-canibalismo: Esse festim canibal fazia parte da guerra. O prisioneiro era conduzido à aldeia, onde, mais tarde, encontraria a morte em ritual marcado pela vingança e coragem. No ritual, homens, mulheres e crianças lembravam e vingavam-se dos parentes mortos. Depois de morto, a carne era dividida entre músculos e entranhas. As partes duras eram moqueadas e consumidas pelos homens; mulheres e crianças ingeriam as partes internas cozidas em forma de mingau. O matador, no entanto, não participava do banquete, entrava em resguardo e trocava de nome. 
                - Endocanibalismo: Nesse caso não se pautava na vingança, mas na ingestão da carne de amigos ou parentes já mortos. Entre os tapuias, não havia melhor túmulo do que as entranhas dos companheiros. Era um ato de amor: mães e pais devoravam seus filhos. Depois de morto, o parente era retalhado e cozido em uma panela.
       Durante os primeiros anos da conquista , os índios foram tratados "como parceiros comerciais", uma vez que os interesses portugueses voltavam-se ao comércio do pau-brasil, realizado na base do escambo . Os indígenas consideravam os europeus, amigos ou inimigos, conforme fossem tratados: amistosamente ou com hostilidade. Com o passar do tempo, e ante a necessidade crescente de mão-de-obra dos senhores de engenho, essa relação sofreu alterações. Em 1549, intensificou-se a mão-de-obra escrava indígena nas diversas atividades desenvolvidas na Colônia, gerando constantes conflitos.

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